segunda-feira, 17 de outubro de 2016

POESIA TUCUJU > " E O RIO AMAZONAS PARIU A LUA"

FOTO > NECA MACHADO
(EXTREMO NORTE DA AMAZONIA > 17.10.2016)
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Neca Machado A LUA PARIDA SOBRE O RIO AMAZONAS

BIOGRAFIA DA NECA
Por > Neca Machado (Administradora Geral, Artista Plástica, Bacharel em Direito Ambiental, Especialista em Educação Profissional, Escritora de Mitos da Amazônia, Fotografa com mais de 100 mil fotografias diversas na Amazônia e na Europa, em 2016 classificada entre as 150 melhores fotos do Concurso URBS cidades em tons de cinza com a foto “ Meninos no Rio Amazonas”, Classificada no Concurso Nacional de 2016 Novos Poetas na Antologia Poética Sarau Brasil 2016, Pesquisadora da Cultura Tucuju, Contista, Cronista, Poetisa, Coautora em três obras lançadas em 2016 em Portugal-Lisboa, Licenciada Plena em Pedagogia, Jornalista, Blogueira com 25 blogs na web, 21 no Brasil e 04 na Europa, Quituteira, 

“Aqui na Amazônia nossa linguagem é diferente, é um linguajar caboco sem o formalismo tradicional gramatical. ”

E O RIO AMAZONAS PARIU A LUA...

E ela brotou nas aguas do Rio Amazonas como encanto de Mãe de Rio
Veio Pavulagem
Cheia de magia e encantamento
Trazida ao som do Uirapuru.
Vestida de rendas de tururi
Se ergueu sobre marés como a levitar sobre Pororocas,
E iluminou a Amazônia.
Cabocos não precisaram de Luz elétrica para desbravar o Rio,
Ela foi o guia em noite de Lua cheia.
Trouxe o cio dos animais,
E as sementes se iluminaram para as futuras colheitas.

E O RIO AMAZONAS PARIU A LUA! 

E ela veio envolvida de estrelas,
E as marés dançavam sobre sua Luz para saudá-la.
E os Pajés entoavam seu canto de agradecimento
Dando banhos de cheiro para lavar a alma de cabocos e ribeirinhos.
E o silencio era coadjuvante.

E quando ela iluminou a Amazônia
A euforia foi tanta que o Batuque ecoou.
O som do Marabaixo navegou, mar acima, mar abaixo...
E o suor caiu como lagrima.
E a Gengibirra desceu sorrateira sobre a magia da LUA.

E O RIO AMAZONAS PARIU A LUA
E as Palmeiras de açaizeiros saltitavam num frenesi singular.
Em um balé tucuju
Onde o encanto e a magia se misturavam feito banho de cheiro
E ela soberana
Iluminou a Amazônia.

LUA NA AMAZONIA

FOTO > NECA MACHADO
(EXTREMO NORTE DA AMAZONIA > 17.10.2016)

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CONTOS URBANOS POR NECA MACHADO

"A MORTE DO POÇO DO MATO DO LAGUINHO"
UM DOS MAIS BELOS LAGOS URBANOS DE MACAPÁ-AMAPÁ
POR> NECA MACHADO.
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Neca Machado A MORTE DO POÇO DO MATO

Por > Neca Machado > amapaense nascida em 05.08.1961 no entorno do Poço do Mato
(Jornalista colaboradora com DRT-AP, Bacharel em Direito, Administradora, licenciada plena em Pedagogia, Artista Plastica, Escritora de Mitos, Especialista em Educação Profissional Integrada)

Minha Mãe Izabel Machado era uma Quituteira das melhores que conheci, desconhecia os conhecimentos científicos, mas, tinha uma percepção tão apurada nas ciências exatas que me comovia, sabia contar nos dedos os valores que vendia na Quitanda de Bananas e nas Merendas no antigo CCA e na frente dos Boêmios do Laguinho.
Meu nome NECA MACHADO surge dela me chamar de BONECA dos olhos de Mel, com o passar dos anos restou apenas NECA. E para homenageá-la assumi NECA MACHADO.
Nos fundos de nossa casa entrecortada por alguns quintais contíguos ela tinha um SITIO no entorno do Poço do Mato onde cultivava Cana, Jambu, Açaí e outras frutas que já não existem mais, e o LAGO era uma verdadeira sedução, tinha centenas de ANINGUEIRAS, agua cristalina, muitos peixes, cobras diversas e milhares de passarinhos, e muita magia envolvida em estórias de assombração, além de um longo cano de transporte de agua da companhia estatal que percorria o bairro do Laguinho até o Igarapé das Mulheres, ele ficava sobre as aguas e lembro que era muito alto, Moleques do Laguinho faziam festa para atravessa-lo, e Eu também no meio gostava daquela festa natural, costumava ir pescar na companhia da Socorro Gaia e morria de medo de cair na agua quando estava sobre o cano, diziam que tinha Mãe d’água e muito encantamento, além das sanguessugas que grudavam nas pernas tuiras.
O LAGO ERA LINDO.
EU HERDEI DE MINHA MÃE O SITIO e vim morar nele.
Hoje aos 54 anos me debruço sobre uma pequena sacada que fiz para chorar a MORTE DO POÇO DO MATO. Um lago que fez parte da história de muito amapaense.
Lembro de uma foto acervo pessoal da década de 70 onde as velhas e belas Aningueiras teimavam em se juntar como uma trincheira para proteger o Lago do Poço do Mato. Como sentinelas alguns açaizeiros esparsos serviam de vigilantes. 
Na metade da Avenida José Antônio Siqueira com a Rua São José as antigas casas de madeira com teto baixo e janelas pintadas de cal terminavam dentro do Lago, a visão de onde tínhamos o sitio era singular, eu sonhava em fazer canoas de Aningueiras para desbravar o Lago e buscar taperebás do outro lado no terreno da companhia de agua, e ainda trazer muitos carás para comer fritos.
Fui embora estudar em Belém-Pa e quando voltei o Lago começava a desaparecer, herdei o sitio onde moro hoje e fundei um Memorial para apenas relembrar fatos, dados, pessoas e acontecimentos, o amor pelo Lago do Poço do Mato foi tanto que voltei a academia para estudar Direito Ambiental e me tornei Bacharel em Direito. 
“Mas a dor que sinto hoje é tanta que chega a doer na alma”, vejo dezenas de telhados fincados no coração do Poço do Mato, não tem mais espaço para nada, perdi minha privacidade, casas e mais casas se juntam num aglomerado de palafitas sem norteamento dos órgãos que tinham a função de fiscalizar e se omitiram, eu sei como Bacharel em direito ambiental que é CRIME, mas, me sinto impotente, já clamei ao ministério público do estado do Amapá sua intervenção, e o atual Prefeito de Macapá através de minhas interferências JÁ ASSINOU UM TERMO DE COMPROMISSO para desocupar a avenida Mãe Luzia, mas, SE RECUSA A CUMPRIR.
VOU ter que pagar um advogado para entrar com uma ação de cumprimento de acordo, é inadmissível.
Não tenho mais referência musical, com a invasão de pessoas vindas de outros estados sou obrigada a escutar os seus gostos musicais, QUE NÃO SÃO OS MESMOS DO MEU.
Sem fossas moradores jogam seus dejetos na RUA, e o cheiro de fezes é insuportável.
São banheiros aéreos, são casas no meio da avenida em que moradores teimam em ser DONOS DE RUAS, querendo demarcação, garagem, calçadas, churrascos no meio da avenida, festas, gritarias, algazarras, perturbação do sossego diariamente, e muitos já foram indenizados, outros são especuladores.
INFELIZMENTE O POÇO DO MATO MORREU.
Havia um projeto audacioso para recuperar a área, mas, gestores, autoridades foram omissas em perpetuar essa bela história de um Lago glorioso cheio de encanto e magia.

A vida é assim, com seus ciclos, até um Lago morre.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

POR QUE? ( Neca Machado)

"POEMA POR QUE?"
NA OBRA LUSA > ECOS DE APOLO
NECA MACHADO É CO AUTORA
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Neca Machado POEMA POR QUE?

Neca Machado

Especialista em Educação.
Profissional, Administradora, Bacharel em Direito, Pesquisadora da cultura da Amazônia, Jornalista Colaboradora com DRT-AP, Artista Plástica Impressionista, nascida no Amapá em 05.08.1961)

POR QUE(?) 

Por que esconder a emoção?
Se o meu coração te quer?
Por que fazer do percurso
Uma estrada sem fé?
Por que não olhar estrelas
Mesmo no escuro?

Por que não aportar
No meu Porto Seguro?

Por que sempre questionar
E depois?

Se o que queremos, sabemos
Somente os dois.

Por que não descobrir?
Mesmo em sombras...

Por que não transformar o mar
Sem ondas
Revoltas ou amenas?

Se este momento é sereno, e o meu nome SERENA, MORENA....

Por que só questionar, e agora?

Talvez eu nem seja somente Senhora
Seja a outra na alcova
Sem horas....

Por que olhar nos pés
Se quando eu quero correr?
Por que parar minha ânsia, se quero sofrer?

O amor não é sofrimento?

Responda se querer.

Por que a saudade corroi
Destrói
Constrói
Mutila?

Mas não sou esta Ilha
Sou COMPANHIA, Lembra?... SOU COMPANHIA.

Gosto do riso perdido
Gosto do prazer não contido
Gosto de não ter limites,

Gosto do teu Poeta satírico.... (Du Bocage....)

Sou parte de tua estrofe sem rima....
Sou verso em busca de sina....

Sou badalo sem torre
Sou fogo sem chama

Me deixa ser tua ESCRAVA E AMA...

Na cama....

Não quero ser tua amarra
Não quero ser tua DONA
Não quero caminhar teus passos
Quero somente abraços
Quero teu afago de Rei.

Quero teu sorriso perdido
Quero tua boca entreaberta
Quero teu sussurro de apreço, e teu gemido.

Reza sem terço

Prece sem destino....

Vem ser MEU MENINO.

Quero teu Perfume
Quero descobrir sabores
Quero fazer aquarelas
Com minhas cores....

QUERO VOCÊ
Nos meus dias
Na minha rotina
Quero abrir minha janela
E te descobrir no horizonte
Fazer de você minha fonte
Trazer o raio do sol em minhas mãos.

Voar com o Pássaro livre
Nas asas de uma LIBERDADE imaginaria, mas, sutil.

Em julho e não em abril.