domingo, 6 de novembro de 2016

TEMPO, SENHOR DO DESTINO...

Li gostei e repasso <3
Não pude deixar de compartilhar... Me emocionei pela verdade no texto, não deixem de ler!
" Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e intransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira: e
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai. Acalmou o pai. E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali. "
(Autor desconhecido)
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''Amar, é isto e a gente quando ama, vais buscar forças nem sei onde, talvez a gente aí sinta, a mão de Deus.''
QUANDO UM FILHO SE TORNA PAI
DO SEU PAI
(Um poema verídico dedicado ao meu PAI)
PAI...
Queria tanto ler o teu olhar preso ao meu
Um olhar intenso, tão azul
Que me prende ternamente ao teu
Os meus que o recebem são mel
Oh meu Deus... Nunca vou esquecer
Mas tenho que registar, este momento no papel
PAI...
Queria tanto saber o que diz o teu olhar cansado
Mas quase que o adivinho, dia a dia o teu medo cresce
É o amor que nos tens que transparece
Na tua calma e em segredo
Mora o medo de partires, e não mais nos veres
É o que transparece esses teus olhos azuis
Que amam que brilham, por tanto nos quereres
PAI...
Ai a minha mente
Lembra tanto amor, tanto carinho
Que ao longo da vida temos repartido
Meu Pai, meu Herói, meu Amigo... Amo-te
Muitas vezes to falei ao ouvido
Nunca nos poupamos a sentimentos
Abracinhos e beijos, tantos te tenho dado,
Querido Pai... Meu amigo
Mesmo inválido, por mim sente-te abraçado
PAI...
Ai... A minha mente tão comovente
Quando de ti vou tratar
Na despedida, um beijo trocado
Sinto a emoção da tua ternura
Quando dizes, Filha obrigado
Não é obrigada Pai, é dever
Mesmo com a tua invalidez Paizinho
Agradeço a Deus, por ainda te ter.
Florinda Dias
Do livro ''Na Essência de uma Flor''
(Reservardos os direitos @utor)
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