Espero que esteja tudo bem nessa linda e enigmática Amazónia.
Você não precisa de agradecer as minhas palavras, pois, elas são merecidas.
A Neca é uma força da natureza, quiçá herdou a força e o ímpeto desse seu sibilino rio...
Que nunca lhe falte esse vigor, essa força de mulher sem medo!
Eu tenho um soneto, cujo título é "Não me roubem as palavras".
Que jamais lhe roubem a força das palavras, pois elas são o alimento dos poetas!
Vou anexar o poema, pois penso que se adequa à Neca Machado.
Com um abraço de amizade, desde Braga, Portugal
José de Castro
“Não
me roubem as palavras…”
Não me roubem a doçura das palavras!
Sem elas a minha vida será um inferno…
Ficam em branco as folhas deste caderno,
Jardim monótono, estéril, de ervas
bravas.
Não me roubem a força hercúlea das
palavras!
Elas derrubam os muros do silêncio, da
solidão;
Vencem o fogo vil e letal do horrendo
canhão,
Rebentam as grades, os grilhões e as
amarras…
Não me roubem a crua verdade das
palavras!
Não lhe suguem o sumo, a seiva… e o
sangue.
Ergam a voz! Nenhuma palavra fique por
dizer,
Ainda que sejam cruéis, duras, ásperas e
amargas,
Que deixem a alma penada… e o corpo
exangue,
É delas o eco que me acompanha quando
morrer!
José de Castro