“Para
lá do sonho…”
Para lá do sonho
Não há mais nada…
Nem sol, nem chuva,
Nem vento… nem fontes.
Para lá do sonho
Não há horizontes,
Nem caminho ou estrada…
Não há azul, nem verde,
Nem dor, nem mágoa.
Para lá do sonho
Não há sequer água,
Onde possa saciar a minha sede,
A sede do infinito!
Para lá do sonho
Não há radicalismo,
Nem coragem, nem medo,
Nem destino, nem sorte,
Nem o eco de um grito,
Das entranhas de um sismo!
Para lá do sonho
Tudo é segredo:
Talvez a morte,
Talvez o abismo…
Para lá do sonho,
Já nem sequer cismo.
E isto é medonho,
Não é eufemismo!
José
de Castro
