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Olá Neca
Machado,
Gostei muito do seu poema ao "Rio Douro".
Tantos portugueses que o conhecem, mas não o sabem ver, cantar, sentir... e uma brasileira, vinda das entranhas da Amazónia, vem exaltá-lo de um modo tão belo e genuíno! Como se diz no bom brasileiro " Valeu, minha cara amiga".
É um rio com história, em cujas margens é colhido o mundial "vinho do porto" esse néctar dos deuses, transportado nos barcos rabelos!
As suas pontes, que ligam o Porto a Vila Nova de Gaia, também têm a sua história e algumas com história trágica, como foi a da ponte das barcas, durante as invasões napoleónicas, que desabou com milhares de pessoas em fuga...
Na senda do seu poema, envio-lhe um sobre o "Rio Douro", que fiz há uns anos atrás. Espero que goste, e se gostar coloque no blogue.
Sem mais por hoje, desejo-lhe continuação de boa inspiração
José de Castro
Gostei muito do seu poema ao "Rio Douro".
Tantos portugueses que o conhecem, mas não o sabem ver, cantar, sentir... e uma brasileira, vinda das entranhas da Amazónia, vem exaltá-lo de um modo tão belo e genuíno! Como se diz no bom brasileiro " Valeu, minha cara amiga".
É um rio com história, em cujas margens é colhido o mundial "vinho do porto" esse néctar dos deuses, transportado nos barcos rabelos!
As suas pontes, que ligam o Porto a Vila Nova de Gaia, também têm a sua história e algumas com história trágica, como foi a da ponte das barcas, durante as invasões napoleónicas, que desabou com milhares de pessoas em fuga...
Na senda do seu poema, envio-lhe um sobre o "Rio Douro", que fiz há uns anos atrás. Espero que goste, e se gostar coloque no blogue.
Sem mais por hoje, desejo-lhe continuação de boa inspiração
José de Castro
“Rio Douro ”
I
Oh! rio Douro… que corres triunfante,
Nessa louca cavalgada até ao mar.
Não me roubes nas tuas águas o luar,
Sem ele serei, como tu, mais um errante!
Deixa-te antes arrastar, manso e
lascivo...
Serpente a roçagar as doces margens,
Escuta os segredos, a sombra das
ramagens…
Que o mar, além, é um escarcéu nada
passivo!
Deixa-me sentir a dureza do teu rosto,
No suor dos corpos alquebrados nos
socalcos,
Seiva que é o sangue a pulsar em cada
peito…
Que transforma em doce néctar o rude
mosto,
Servido aos Deuses em sagrados palcos…
E levado ao mundo nos rabelos do teu
leito!
II
Mirar-te do alto deste morro, calmo e
sereno,
Tendo aos pés a temível e íngreme
escarpada,
Onde as casas se agarram a tudo e a nada…
É como subir ao céu e continuar terreno!
E as pontes que te prestam vassalagem,
Testemunhas imortais da Lusitânia
história,
Cúmplices de tragédias que perduram na
memória.
São braços de um nobre povo… Gente
coragem!
A amálgama de telhados abeirados ao teu
leito,
Numa ânsia lúgubre, arrepiante, de olhar
pungente…
Onde as janelinhas gritam todas as suas
mágoas!
Dão vida a esta tela… pincelada a preceito
Em que a alma da gente é pura e
transparente,
Às vezes áspera, como a beleza das tuas
águas!
José de Castro