quarta-feira, 27 de abril de 2016

O RIO DA MINHA TERRA

Olá Neca Machado,

Lindo poema "As pedras do Tejo". O Tejo continua a ser inspirador. As ninfas do Tejo são imortais! E quando despertam a alma de uma poetisa vinda da Amazónia, significa que o Tejo é inquietante, porque a poesia tem um não sei quê de inquietude. Parabéns, por mais esta pérola!

Aproveitando, a oportunidade envio um poema "O rio da minha terra".
O rio da minha terra chama-se Ave. Nasce na serra da Cabreira e desagua em Vila do Conde. Diz a lenda, que o nome do rio deriva do amor de uma pastora (Cabreira) por um Conde, que lhe havia jurado amor eterno. Como o Conde partiu para a Vila (Vila do Conde) que tinha junto ao mar e nunca mais voltou à serra, a pastora desejou ser uma Ave, para poder voar até à terra do Conde. Triste, chorou tanto, tanto, que as lágrimas formaram um rio (Rio Ave) que foi desaguar à Vila do Conde. Pronto, assim nasceu o rio da minha terra, e que inspirou o poema que lhe mando.  


Com votos de inspiração


José de Castro



“O Rio da Minha Terra”


O rio da minha terra
É o maior rio do mundo!
Nasce no alto da serra
E morre no mar profundo!

Nasce num ventre fecundo,
Mesmo pertinho do céu.
É o maior rio do mundo…
Porque é apenas meu!

Suas doces águas… hialinas
São correntes de frescura,
Que em manhãs de neblinas
Cantam com toda a ternura!
                    
O rio da minha terra
Nasce numa pedra que chora:
Saudades de toda a serra
Nas lágrimas de uma pastora!

Leva saudades nas águas,
Gemidos de amor ele esconde…
Pastora a chorar suas mágoas,
Pelo amor, inefável, de um Conde!

Não é o Tejo do Pessoa…
Nem o Ganges do Camões.
O meu rio é uma Ave que voa
Em busca de um mar de ilusões!
                                José de Castro