CRONICA DA NECA MACHADO > MEMORIA OLFATIVA COM SABOR, VERSO E PROSA

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DOCE SABOR DE INFÂNCIA DA NECA MACHADO > MEMORIA OLFATIVA EM VERSO E PROSA.

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Neca Machado “CASCALHO > DOCE SABOR DE INFÂNCIA”

Crônica de MEMORIA OLFATIVA DA NECA MACHADO

Remonto a infância que já secular, porque já passei dos cinquenta anos, na velha casa de pátio alongado do bairro do Laguinho, com uma Quitanda de Bananas ao lado, minha Mãe Izabel Machado além de seus deliciosos croquetes também gostava de fazer CASCALHOS, nem sei a origem do nome.

Só sei que era dia de alegria.

O cheiro da canela com açúcar as vezes cristalizava com o resto dos óleos sobre uma página de delicias. Sim o “CASCALHO” era uma página doce, leve, crocante, sem sabor de nada, mas que com o passar dos anos percebi a importância de seu sabor na memória.
Veio com os portugueses me disse ela.
E em Portugal confirmei ao saborear os doces de páginas levemente cheias de lirismos dos pasteis e dos doces de Portugal.

Meu CASCALHO DA AMAZÔNIA tinha o sabor da floresta, as vezes ela fazia uma geleia de cupuaçu e coloca sobre eles, EU ia aos céus. Era um verdadeiro sabor dos céus.
Já na idade da sabedoria, aprendi a resgatar minhas memorias olfativas com afeto e respeito, belas lembranças de um tempo que não volta mais, mas, que os eternizei na memória e jamais serão esquecidos ou perdidos, não os deixarei se perderem no tempo.
As vezes quero um Pudim de Limão, e faço, noutros quero um sabor de um Peixe salgado com maxixe, muita verdura, jerimum, alho, alfavaca e chicória e limão além de pimenta do cheiro, e lá volto a me deliciar com as lembranças olfativas que me marcaram.
Hoje foi um retorno a infância com a lembrança dos “CASCALHOS”.
E na minha mesa os dividi com Manfred um alemão que sequer sabe que tenho lembranças olfativas,
Mas ele também lembrou da sua infância quando percebeu que eram partes de uma mesma história, sua Mãe deve ter feito na Alemanha CASCALHOS para ele um dia.

SOU ASSIM.
Preservo minhas boas lembranças.

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