terça-feira, 10 de maio de 2016

CONTOS DA NECA MACHADO > ESTORIAS DE POVOS DA FLORESTA AMAZONICA


CONTOS DA NECA MACHADO.
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Neca Machado MITOLOGIA AMAPAENSE

Estórias recontadas por Neca Machado

Mitologia Amapaense é uma coletânea de conversas com PIONEIROS residentes no Estado do Amapá, recolhidas ao longo de mais de vinte anos, onde aprendemos somente a escutar estórias, que fizeram parte de nossa infância, vividas no bairro do Laguinho, reduto de manifestações culturais expressivas, misturando lembranças de uma geração em que a importância das historias contadas por minha avó Dona Leopoldina Machado perpetuou dentro de mim, um sentimento de bairrismo com nossa raiz afrodescendente para dividirmos com as futuras gerações que não conhecem a historia do Amapá.

Tomamos um amor especial por um tema onde o POÇO DO MATO, é central, ele fica localizado no coração do bairro do Laguinho, no meio da Avenida Padre Manoel da Nóbrega, no centro da cidade de Macapá, entre as ruas: General Rondon e São José, e foi declarado Monumento de interesse cultural do Estado do Amapá, através do Projeto de Lei nº 037/93, da Câmara de Vereadores do Município de Macapá.

O POÇO DO MATO possui importância impar para o povo amapaense, foi tema de samba enredo da Escola Jardim Felicidade no ano de 2007, por indicação do carnavalesco Carlos Pirú, e teve como samba enredo o titulo: “Poço do Mato, águas laguinenses que banharam o meu corpo e saciaram minha sede.” Era um cenário de um meio ambiente cultural até a década de setenta dos mais belos no entorno da área de ressaca do Laguinho. Pela crendice popular, em sua área de densa floresta, povoavam mitos e lendas, onde o cenário de medo predominava, com seres inimagináveis, assombrações e personagens folclóricos que se misturavam num espetáculo de magia e encantamento que fizeram parte da infância de muita gente no Amapá. Hoje totalmente desaparecido por sucessivas invasões.

Uma das principais personagens referenciais do POÇO DO MATO, foi o executor da obra que fazia parte do desenvolvimento da antiga Companhia de Água do Amapá, era o português ANTONIO PEREIRA DA COSTA, nascidoem Vila Novade Gaia-Porto-Portugal a 17 de fevereiro de 1901, e falecido em Macapá a 03 de julho de 1983.

AGRADECIMENTOS

Peço desculpas às crianças por elaborar uma coletânea dedicada às lembranças de uma amapaense saudosista, e as pessoas grandes, as memórias de PIONEIROS que esquecidos pelo poder público, e em conversas de “pé de ouvido” contaram-me preciosidades debruçando-se sobre o passado num misto de saudade e lirismo.

Dedico este exemplar a memória de IZABEL MACHADO, heroína das Ilhas paraenses, desbravadora, e MINHA MÃE, a Carlos Pirú carnavalesco e autor de uma das mais belas canções a mim ofertadas com o tema POÇO DO MATO, ao amor de um cidadão alemão MANFRED FRIEDERICH HAASE.

Para Afonso Medeiros professor da Universidade Federal do Pará, Mestre em Arte-Educação e Doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, “A maior lição da modernidade, desde a Renascença, tem sido a experimentação com a linguagem escrita, quem aumenta um ponto distorce as características de um dado personagem, o CONTO é breve, economiza conflitos nos personagens e no tempo, o CONTO na definição dos dicionários é uma narrativa breve, e concisa, contendo um só conflito, uma única ação, é um relato intencionalmente falso e enganoso, mentira…” (Houaiss, 2001)

POÇO DO MATO

SAGA DE UMA MEMORIA

“Muitos vão à academia para buscar conhecimentos científicos e posteriormente elaborar um trabalho de conclusão de curso. Eu não retornei a academia em busca de um tema, porem, retornamos ao conhecimento cientifico pelo POÇO DO MATO, para conhecer o ordenamento jurídico referencial ao meio ambiente em que ele estava inserido, e nos especializamosem Direito Ambiental”

(Neca Machado – 2008)

ESPERANÇA

Neca Machado – 2008

Muitas vezes nos debruçamos sobre essa tal esperança

De acreditar

Em mudanças
Rumos
Ações
Passos
Compassos
Mutações
Transformações
Em orações

E nos deparamos com a podridão
Do coração
Das mãos
Da derme
Das mente
Dos dementes
Dos tementes
Dos insanos
Não Hermanos.

E mais uma vez acreditamos nessa tal esperança

De vir
Do porvir
Do servir
Do engolir
Do fugir
Do parir

E na esperança buscamos um caminho

Sem rumo
Sem prumo
Sem vento
Sem vela
Onda
Desanda
Desnuda
Na rua

E lá no fundo da alma ela surge de novo

Sorrateira
Rasteira
Brejeira
Caminheira

Como uma fortaleza
No horizonte
Nos montes
Nas nuvens
Na chuva
Nas flores
Nas águas
Nas marés
Nos igarapés
Sobre os meus pés

E continuo a sonhar com essa tal esperança
Sem querer acordar.

Que muitas vezes traz desesperança

Mas furtiva reacende
Transcende
Se funde
Confunde
Refunde
Reluz
Traduz

Sua luz
Chamada de

ESPERANÇA!

ESPERANÇA
Neca Machado
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